EXPOSIÇÃO COM FÁBIO SEABRA Minha Arte, e Minha Fé.

Fábio Seabra

EXPOSIÇÃO MINHA ARTE, E MINHA FÉ.

Com Fabio Seabra

Redação Le Afrique

CENAS AFRICANAS é bem assim que esta exposição trará através de experiências de profunda conexão com a espiritualidade e a arte. A alma de Fábio Seabra se reflete em cada criação e projeção deste resgate ancestral africano.

Fábio Seabra nos conta que desde moleque já se via envolvido com as cores e formas. E aproveita para resgatar essas lembranças, que fazem parte desta nova história da arte e do sagrado.

Memórias – Na época havia uma coleção da Abril Editora, chamada História do Brasil, que fazia lançamentos semanais em fascículos, cujos desenhos das capas me fascinavam. Então, pedi a meus pais que comprassem para mim lápis de cor e HB, bloco A4, canetinhas coloridas, guache e até uma coleção de canetas nanquim. Assim, fui levando minha pré-adolescência a copiar cada ilustração das capas dos tais fascículos. Ficava inundado de prazer ao ver uma obra reproduzida, mas não me sentia capaz de criar minha própria obra. Comecei meus estudos no Curso Técnico de Comunicação da ETEC, porém, tudo mudou quando fui estudar Comunicação Social, na FACHA- Faculdades Integradas Hélio Alonso, e descobri a diversidade cultural brasileira, a possibilidade de me arriscar sem medo ou danos, apenas me expressar. Meu primeiro estágio foi na ArtPlan, agência que, à época, era a mais concorrida entre universitários da área de publicidade, pois concentrava grandes contas. Nesse momento, começava minha carreira e eu não me dei conta: havia saído das pranchas, papéis milimetrados, papel vegetal, régua ‘T’, lápis e nanquim para entrar na era tecnológica. Fui para a computação gráfica, um desafio… Aqui no Brasil era o início do início desse novo tipo de expressão artística, a ARTE GRÁFICA, muito desvalorizada, mas que, ao longo do tempo, foi ganhando o seu espaço de direito. Após a ArtPlan, trabalhei por alguns anos na Inffinito Foundation, como Diretor de Arte, onde produzia peças publicitárias que rodaram o mundo através dos festivais de cinema brasileiro promovidos por essa produtora, o Brazilian Film Festival. Foi uma escola de aprendizagem. Ao final dessa parceria, fui trabalhar como responsável pela área de criação da Conceito BR, uma house da Petrobras, onde experenciei, por dois anos, não só a criação de peças publicitárias, mas, também, a criação de conceitos, o que me enriqueceu enormemente. Quis alçar vôos mais altos e montar meu próprio ateliê, onde arte, publicidade e marketing se entrelaçavam. Trabalhei com grandes artistas criando identidades visuais e conceitos em Cd’s, DVD’s e peças de merchandising. Foram 17 anos onde pude aprender a reunir minhas potencialidades para dar minha ‘cara’ a cada uma delas, minha marca, meu traço! Essa foi minha caminhada até aqui. Hoje faço parte do Blog Eaí?! como Designer, Blogger e colunista, o que muito me envaidece e me torna pleno em minha arte.  

África, Forte.

A Força que vem da ancestralidade.

Uma energia difícil de definir em palavras, mas presente no universo. A África chama para trazer e fazer a diferença através da arte em expressão digital.

A Exposição

Essa proposta, chegou de surpresa, nas mãos de Fabio Seabra. Ele nos, disse; que veio através do convite da Kaza 123, um centro gastronômico e cultural situado no bairro carioca de Vila Isabel, local que valoriza e reúne minhas maiores paixões: MINHA ARTE E MINHA FÉ, além de enaltecer o legado do afrodescendente em todas as suas expressões, ocorrerá em meados de novembro desse ano. Em celebração ao mês da consciência negra no Brasil.

 “É mais um passo à frente ou, posso dizer, é a realização de um sonho que não sabia que tinha e hoje vejo sendo realizado”.  

Nessa minha primeira exposição, para qual levo três coleções, pratico uma visão bem particular para dar forma, identidade e personalidade a cada divindade da maneira como as sinto e projeto em minha mente. Em uma das coleções, a LEWA MIMO, desenhei rostos de Orixás, onde exalto a beleza que percebo em cada um deles, denotando o meu sentimento e os próprios sentimentos e posturas de cada um, de Esú a Obatalá.

A exemplo de como os percebo dentro da visão diaspórica brasileira:

Esú: A condição na contradição, a comunicação, o espelho da humanidade e da divindade, o eterno sim e não. Seu signo e a alegria de ser e pertencer a tudo que seja mundano ou divino;

Ogun: Persistência, força motriz, inovação, tecnologia. Muitas vezes intrépido e destemido e em outras, guerreiro protetor. Seu signo é a bravura, o ferro e a forja;

Osayin: A magia da essência da cura, a iniciação ao sagrado a virtude do mistério e da alquimia. Seu signo são as folhas e suas propriedades;

Osumare: Os pontos que se ligam, o brilho do Sol e a leveza da chuva, a arte e a transmutação da vida. Seu signo é o arco-íris, símbolo mágico que une os mundos;

Naná: Sabedoria, início da vida e valorização ancestral. Seu signo é o barro molhado, de onde se cria todas as formas;

Sangó: A força de uma rocha, a justiça de seu fogo sagrado, a fartura de um Rei. Seu signo são a coroa e o machado que denotam sua nobreza e altivez;

Oya: Volúpia, intensidade, fidelidade e movimento. Seus signos são os ventos e tempestades. Suave como uma borboleta ou feroz como uma Búfala. O perfeito empoderamento feminino;

Oba: Determinação, paixão, entrega aguerrida e liderança. Seu signo é sua lança, que só fere aos infiéis;

Osun: Ternura, beleza, suavidade e candura. Seu signo é o amor, a água docê e sagrada do ventre da mulher e do ventre da terra;

Ibeji: Inocência e sabedoria se misturam como no antagonismo complementar entre a vida e a morte. Seu signo a leveza da pesada terra humana;

Yewa: A bruma, o mistério e a mais inigualável beleza. O alo lunar a representa como uma serpente que mantem a Terra flutuante no espaço. Seu signo é o fluxo constante dos ciclos;

Gyian: A guerra pela paz, a prática do perfeito, a luz que sangra. Seu signo é a mão de pilão, que amassa, alimenta e fortifica com o cará branco, a seus guerreiros apaziguadores.

A Cor da África

Uma ação mais que promocional de divulgação vem sendo realizada, trazendo esta realidade através da arte. Uma iniciativa de ação feita por Fabio Seabra. As pessoas, que já tiveram a oportunidade de ver o conjunto desse trabalho, acabam por me perguntar o porquê de rostos? Ao que eu respondo que: “um olhar denota, com precisão, a mensagem que cada uma dessas personagens, para mim sagradas, querem passar, o olhar deles é uma das portas para as nossas almas.” Isso associado a cores e simbologias em conjunto com seus elementos particulares, para que nós, humanos, nos sintamos identificados e representados em nós mesmos numa possível associação com nosso sagrado interior.

Talvez, seja uma pretensão, mas, me sinto confortável ao me identificar com uma das formas de Olodumare (Deus), portando me resgatando de mim mesmo. Essa minha “tal pretensão artística” vem de anos de convergência com o universo dos cultos a Orixás na diáspora brasileira, principalmente, das religiões de matriz africana. Refletem os resquícios da oralidade que nos chega através de nossos ancestrais, sobre o nosso sagrado, juntamente com as nossas vitórias e superações contra o preconceito racial e o racismo religioso.

O nome que escolhi para representar meu espaço de criação é o OKAN MIMO, que em Iorubá, quase que se traduz como CONSCIÊNCIA SAGRADA e os nomes das coleções são:

Lewa Mimo (Beleza Sagrada), baseada em rostos de Orixás;

Ebun Mimo (Ferramentas/Armas Sagradas). Baseado nos elementos sagrados que cada divindade dispõe para executarem seus feitos.

Fábio Seabra

Urban Arts Mimo (Arte Urbana Sagrada).

Uma versão em brochura digital e monocromática, dando um tom minimalista e mais moderno do Orixá no novo mundo.

Uso como fonte, técnicas das mais diversas, em especial, o software Corel, que me acompanha desde o início de minha vida artística, me dando a clareza das cores, sombras, transparências e superposições. São obras impressas em tela de algodão, esticadas em chassis, formando um painel que pode ser usado como for adquirido, ou colocar numa moldura a gosto.

Em minha arte, a pretensão das cores e formas é não achar os pontos onde elas se harmonizam e sim, se complementam. Eu aceito esse desafio e vou além: crio, invento, valorizo e as entrego aos olhos de todas as coisas, para que possam amá-las como eu as amo. Aqui me expresso através da minha arte. Me coloco para o Mundo da forma que o vejo. Pratico meus instintos e revelo minhas cores. Fico em harmonia com a vida. Vivo por vontade própria e a propriedade vem do Divino, do respeito ao imperfeito. Do que fica entre a luz e as trevas. Do comum no incomum. Da curva reta. Da solidariedade egoísta. Do fim e do início. Da velha Lua Nova. Do medo corajoso. Do preto que me dá as cores. Dos traços eu quero a expressão. Da arte eu quero a luz. Da vida eu quero é mais… Divirta-se!

Maiores informações

Site: https://fabioseabra888.wixsite.com/okan-mimo

E.mail: fabio.seabra@gmail.com.br

Telefone: 55+ 021 96956-7447

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EXPOSURE
MY ART, AND MY FAITH.
With Fabio Seabra

AFRICAN SCENES is exactly how this exhibition will bring through experiences of deep connection with spirituality and art. The soul of Fábio Seabra is reflected in each creation and projection of this ancestral African rescue.

Fábio Seabra tells us that since he was a kid he was already involved with colors and shapes. And he takes the opportunity to rescue these memories, which are part of this new history of art and the sacred.
Memórias – At the time, there was a collection by Abril Editora, called História do Brasil, which was published weekly in installments, whose cover designs fascinated me. So, I asked my parents to buy me colored pencils and HB, A4 pad, colored markers, gouache and even a collection of ink pens. So, I took my pre-adolescence to copy each illustration on the covers of those issues. I was flooded with pleasure to see a work reproduced, but I didn’t feel capable of creating my own work. I started my studies in the Technical Communication Course at ETEC, however, everything changed when I went to study Social Communication at FACHA- Faculdades Integradas Hélio Alonso, and I discovered Brazilian cultural diversity, the possibility of taking risks without fear or harm, just expressing myself. My first internship was at ArtPlan, an agency that, at the time, was the most popular among university students in the advertising area, as it concentrated large accounts. At that moment, my career began and I didn’t realize it: I had left the boards, graph paper, tracing paper, ‘T’ ruler, pencil and India ink to enter the technological era. I went to computer graphics, a challenge… Here in Brazil it was the beginning of the beginning of this new type of artistic expression, GRAPHIC ART, much undervalued, but which, over time, gained its rightful space. After ArtPlan, I worked for a few years at the Inffinito Foundation, as Art Director, where I produced advertising pieces that traveled the world through the Brazilian film festivals promoted by this production company, the Brazilian Film Festival. It was a school of learning. At the end of this partnership, I went to work as responsible for the creation area of ​​Conceito BR, a Petrobras house, where I experienced, for two years, not only the creation of advertising pieces, but also the creation of concepts, which enriched me enormously. I wanted to reach higher heights and set up my own studio, where art, advertising and marketing were intertwined. I worked with great artists creating visual identities and concepts on CDs, DVDs and merchandising pieces. It was 17 years where I was able to learn to gather my potential to give my ‘face’ to each one of them, my brand, my trait! That was my walk so far. Today I’m part of the blog Hey?! as a Designer, Blogger and Columnist, which makes me very proud and makes me complete in my art.

Africa, Strong.
The Strength that comes from ancestry.

An energy difficult to define in words, but present in the universe. Africa calls to bring and make a difference through art in digital expression.

The exposure

This proposal came by surprise, in the hands of Fabio Seabra. He said to us; that came through the invitation of Kaza 123, a gastronomic and cultural center located in the Rio de Janeiro neighborhood of Vila Isabel, a place that values ​​and brings together my greatest passions: MINHA ART E MINHA FÉ, in addition to praising the legacy of Afro-descendants in all their expressions, will take place in mid-November this year. In celebration of the month of black consciousness in Brazil.
“It’s another step forward or, I can say, it’s the realization of a dream I didn’t know I had and today I see it being fulfilled”.
In this my first exhibition, for which I take three collections, I practice a very particular vision to give form, identity and personality to each deity in the way I feel and project them in my mind. In one of the collections, LEWA MIMO, I drew faces of Orixás, where I exalt the beauty I perceive in each one of them, denoting my feeling and the own feelings and postures of each one, from Esú to Obatalá.

As an example of how I perceive them within the Brazilian diasporic vision:
Esú: The condition in contradiction, communication, the mirror of humanity and divinity, the eternal yes and no. Your sign is the joy of being and belonging to everything mundane or divine;

Ogun: Persistence, driving force, innovation, technology. Often intrepid and fearless and at other times protective warrior. Its sign is bravery, iron and forge;

Osayin: The magic of the healing essence, initiation into the sacred, the virtue of mystery and alchemy. Its sign is the leaves and their properties;

Osumare: The dots that connect, the brightness of the sun and the lightness of the rain, the art and transmutation of life. Its sign is the rainbow, a magical symbol that unites the worlds;

Naná: Wisdom, beginning of life and ancestral appreciation. Its sign is wet clay, from which all forms are created;

Sangó: The strength of a rock, the justice of its sacred fire, the abundance of a King. His sign is the crown and the axe, which denote his nobility and haughtiness;

Oya: Lust, intensity, fidelity and movement. Your signs are the winds and storms. Soft as a butterfly or fierce as a buffalo. The perfect female empowerment;

Oba: Determination, passion, fierce delivery and leadership. His sign is his spear, which only wounds infidels;

Osun: Tenderness, beauty, softness and candor. Its sign is love, the sweet and sacred water of the woman’s womb and the womb of the earth;

Ibeji: Innocence and wisdom mingle as in the complementary antagonism between life and death. His sign is the lightness of the heavy human earth;

Yewa: The mist, the mystery and the most unparalleled beauty. The lunar alo represents her as a serpent that keeps the Earth afloat in space. Her sign is the constant flow of cycles;

Gyian: The war for peace, the practice of the perfect, the light that bleeds. Her sign is the pestle hand, which kneads, feeds and fortifies her pacifying warriors with white yam.

The Color of Africa

A more than promotional action of dissemination has been carried out, bringing this reality through art. An action initiative by Fabio Seabra. People, who have already had the opportunity to see the whole of this work, end up asking me why faces? To which I reply that: “a look accurately denotes the message that each of these characters, sacred to me, want to convey, their look is one of the doors to our souls.” This associated with colors and symbologies together with their particular elements, so that we humans feel identified and represented in ourselves in a possible association with our sacred interior.
Maybe it’s a pretense, but I feel comfortable identifying myself with one of the forms of Olodumare (God), thus rescuing myself from myself. This “artistic pretension” of mine comes from years of convergence with the universe of Orixás cults in the Brazilian diaspora, mainly, of religions of African origin. They reflect the remnants of orality that comes to us through our ancestors, about our sacred, along with our victories and overcoming against racial prejudice and religious racism.
The name I chose to represent my creation space is OKAN MIMO, which in Yoruba, almost translates as SACRED CONSCIENCE and the names of the collections are:
Lewa Mimo (Sacred Beauty), based on Orixás faces;
Ebun Mimo (Holy Tools/Weapons). Based on the sacred elements that each deity has to perform their feats.

Urban Arts Mimo (Sacred Urban Art).
A digital and monochrome paperback version, giving a minimalist and more modern tone of Orixá in the new world.
I use the most diverse techniques as a source, especially Corel software, which has been with me since the beginning of my artistic life, giving me clarity of colors, leftovers, transparencies and superimpositions. They are works printed on cotton canvas, stretched on a chassis, forming a panel that can be used as purchased, or placed in a frame as desired.
In my art, the intention of colors and shapes is not to find the points where they harmonize, but rather complement each other. I accept this challenge and go beyond: I create, invent, value and deliver them to the eyes of all things, so that they can love them as I love them. Here I express myself through my art. I put myself to the world the way I see it. I practice my instincts and reveal my colors. I am in harmony with life. I live by my own will and property comes from the Divine, from respect for the imperfect. What lies between light and darkness. From the common to the uncommon. From the straight curve. Of selfish solidarity. From the end and the beginning. From the old New Moon. Of courageous fear. Of the black that gives me the colors. From the traits I want the expression. From art I want light. I want more from life… Have fun!

More information

Website: https://fabioseabra888.wixsite.com/okan-mimo
Email: fabio.seabra@gmail.com.br
Phone: 55+ 021 96956-7447

2 Comments

  1. Maravilhoso!! Parabéns Fábio Seabra por sua arte e homenagem ao sagrado. Parabéns Le Afrique Style por conteúdos tão necessários para a continuidade da nossa evolução. Parabéns Eliana Oliveira pelo carinho e sensibilidade ao belo, cultura e ancestralidade.

  2. Brave heart!! Maravilha de ver, sentir e através dessa manifestação artística necessária, plural e formadora do que somos como povo sentir a conexão com o Sagrado ancestral.
    Ase!!

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